Papinho de homem

Sabe aquele papinho de homem? Aquele que eles sempre contam em alto e bom som numa mesa de bar, depois de alguns copos como se fosse uma revelação fantástica? Sabe esse?
“Fui sim, mas não comi!”. Pois é, me enchi dele.

Pode fazer o teste. Absolutamente em 99% dos casos quando você pergunta a um homem se ele já freqüentou um prostíbulo, a reposta é sempre a mesma: – Fui só pra beber uma cerveja! Será que eles não percebem, que esta historinha para boi dormir é mais velha e pedante do que o conto de fadas da Cinderela.
Não sei exatamente o por quê, mas há uma hipocrisia masculina absurda quando o assunto é puta. É isso mesmo. Estou falando de puta, prostituta, rapariga ou rameira para os nordestinos, mulher de vida fácil para os “desinformados”, as ditas perdidas para os “moralistas”, profissionais do sexo para os “direitas e ongueiros”, garotas de programa para os ricaços e piranha em bom “português” de bar.

Para quem não está entendendo ainda o motivo deste bate-papo, eu explico. Durante a minha vida inteira (incluindo infância como no post anterior) passei ouvindo amigos comentarem sobre prostitutas. Na adolescência, então, era no mínimo, uma vez por semana, principalmente quando o mais famoso e antigo prostíbulo da cidade mudou de endereço e, foi parar, na rua mais freqüentada pela minha turma, a Rua Ceará, palco do extinto Garage, point de 7 entre 10 adolescentes que gostam de rock até hoje.
A verdade é que, em qualquer lugar, até mesmo nos finais de festas quando ocorre o enfadonho jogo da verdade – que acho um saco – sozinhos ou acompanhados, os homens sempre tem a mesma resposta na ponta da língua quando o assunto é Vila Mimosa: Já fui, mas não comi.
E do mesmo jeito que homens se perguntam o que nós mulheres fazemos quando vamos juntas ao banheiro, acreditem ou não, as garotas se perguntam o que os garotos fazem na porra de um prostíbulo se não querem comer puta, ora bolas. Então, resolvi indagar meus amigos que me cantaram o mesmo hit “Fui, mas não comi”, e depois falaram: Mas pra que tu quer saber?

Este assunto vaga pela cabeça de qualquer mulher que não passe a vida inteira somente em companhias de outras mulheres. E se você cara leitora nunca pensou sobre isso, é sinal de duas coisas: primeiro você precisa sair mais em companhia de homens e, segundo, eu sinto muito, mas suas amigas fazem parte do time de mulheres fingidas, iguais aos mesmos homens, que afirmam nunca terem transado com prostitutas.
Enfim, minha odisséia para desvendar o “segredo masculino” acabou quando um dia o telefone de casa tocou. Era um amigo que há muito tempo não via e nem conversava. Papo vai, papo vem, ele, soltou que sua última noitada tinha sido no Bar do Zeca, na Rua Ceará. Comecei a rir e ele claro, me perguntou qual o motivo da minha risada, até então, contida.
Menti. Disse que não era nada, mas toda hora ele percebia na minha voz um tom sarcástico e perguntava: Que foi? Depois de muitos nadas acompanhados de um risinho cínico, enfim, disse a verdade:

-Ah, qual é? Você quer que eu acredite que você só vai à Vila Mimosa porque é engraçado? Que nunquinha trepou com uma puta lá? Ah pára!

-Ué, o que tem de mais nisso? Não vejo o problema de eu e meus amigos só tomarmos cerveja? Bar é bar não é? Ele muda só porque fica na Vila Mimosa?

-Hmmmm. Na verdade, sim! Ele muda sim, porque num bar habitual, o cardápio não traz como opção Palomas, Verônicas, Paulas, Andréias, Tifanis etc., ao gosto do freguês.

-Ai, não é assim não.
-Ah não, e como é?
-Ai! Tá bom vai. Eu já comi puta sim na Vila Mimosa!

Pronto. Tinha conseguido o meu passaporte para o mundinho masculino. A partir daí, acreditem é possível arrancar praticamente tudo. Desde quando o cara começou a transar com prostitutas ao código de conduta de como agir quando se chega num prostíbulo, passando ainda, pelo antes durante e depois.

Assim, fui introduzida ao “banheiro masculino”, vamos dizer assim…O bate-papo telefônico me forneceu ferramentas, ou seja, o conhecimento necessário para que outros homens também me dessem o seu livre acesso – nada como ter conhecimento de causa para se conseguir instigar um homem -, uma vez que, automaticamente, ao perceber que você possui controle do assunto proposto, ele fica intimidado e desconfortável naquela situação, a ponto de começar a solta qualquer coisa. Até, porque, seria um absurdo você, uma mulher, conhecer mais sobre puteiros do que ele, não é?

Passei a me sentir com o “pau na mão” fazendo xixi num mictório. Sim, porque homem que é homem usa mictório, além de mijar e não urina, como ensina o provérbio de todo macho que se preze associado ao “Clube dos Canalhas”.

Deste modo, em várias rodas de bar sempre que sentia o terreno firme sobre os meus pés, soltava verde para colher maduro. E, de gole em gole, com uma provocadinha aqui e um sorriso contido dizendo nada ali, mas querendo insinuar muito, diversos homens me contaram sobre suas experiências com prostitutas seja em termas ou na Vila Mimosa.

A desculpinha de que “só fui para beber com amigos porque é divertido” ou ainda clássica “para uma despedida de solteiro” – que muitos ainda mandam -, caiu por terra, melhor nos meus ouvidos.

Fonte: imagens google e foto chopp Subrinha

Sobre Conversa no Banheiro

Uma jornalista fora do perfil. Repórter por essência. Apaixonada por conta histórias. Pesquisadora de mídia e comunicadora popular por afeto e luta. Uma periférica que às vezes dá match na vida.
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2 respostas para Papinho de homem

  1. Anonymous disse:

    Cara blogueira,Eis me aqui para falar-te cousas que poucos homens falam!Sou do tipo de cara que pode-se dizer fácinho, ou seja, não aguento ver mulher bonita me dando mole que já quero partir pra dentro. Na maioria das minhas visitas aos puteiros, não consigo resistir a tentação da carne e não me importo em ceder alguns tostões à bela dama que me faça gozar como um devasso.Mas devo lhe dizer que muitos homens vão sim ao puteiro e não comem ninguém! É notório que os homens adoram encontrar com os amigos para beber uma cerveja e falar merda, se puder fazer isso passando a mão e sarrando um monte de mulher gostosa e safada, vai ser melhor ainda. Comer a menina literalmente requer o gasto de $$$ o que muitos não estão dispostos a fazer.Muitos caras tem vergonha de dizer que vão ao puteiro e fazem isso ou aquilo, pois acham que serã considerados otários por estar gastando dinheiro ou tempo com as putas. Muitos esquecem que também gastam tostões e tempo com meninas que pegam na balada ou até com a esposinha em casa, sem saber que essas mulheres são bem menos dignas que as putas, que pelo menos não enganam ninguém.Temos ainda os outros caras que realmente vão e não fazem nada, pois realmente gostam de suas esposas/ namoradas. Embora esse grupo seja muitissimo pequeno, constumam ir por se sentir acuado pelos amigos. Afinal em nossa sociedade machista, homem que é homem tem que chifrar a mulher.Pra terminar gostaria de dizer que sim, já comi mulher na VM, mas foi uma vez só das centenas que lá estive. A VM parece um zoologico e tem muita mulher feia, em compensação a cerveja é gelada e muito mais barata que o Zeca!

  2. Diogo (doug) disse:

    Oi amor….Adoro quando eu acho vida inteligente na internet!!!!!sou seu mais novo leitor!!!!Aproveito pra te mandar o endereço do meu blog.http://babosentos.blogspot.com/bjus….Doug

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